AFETAÇÕES
QUE RE-INVENTAM O PROCESSO SELETIVO DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL – PET UFC
PSICOLOGIA – SOBRAL
(Encontros Universitários 2011 - UFC Campus Sobral)
Neste ano o
curso de Psicologia da UFC – Campus
Sobral foi contemplado com um Programa de Educação Tutorial, financiado pela
UFC. O processo seletivo aconteceu no final de junho, em pleno fim de semestre
e se constituiu em cinco etapas: prova escrita com leitura pública,
apresentação de proposta de plano de trabalho, análise de currículo Lattes e de
carta de intenções, entrevista e análise do histórico acadêmico. Participaram
do processo estudantes do segundo, quarto, sexto e oitavo períodos. Foram
disponibilizadas uma vaga remunerada e uma voluntária para o segundo e oitavo
períodos e três remuneradas e três voluntárias para o quarto e sexto período.
Na seleção foram aprovados sete alunos: um do oitavo período, dois do sexto e
quatro do quarto, totalizando sete bolsistas. Ao final do processo, durante a
entrevista produzimos um texto gestado em linguagem poética a partir de um
questionamento inicial: de que lugar você fala? Texto esse que traduz um pouco
das afetações produzidas e experienciadas durante o processo seletivo. Essa
seleção foi diferenciada pelo engajamento e implicações que cada um colocou ao
longo do processo, assim como as inquietações dentro da universidade e os
incômodos e questionamentos trazidos pelas discussões teórico-espistemologicas
do saber psi. A seleção foi marcada, dentre outras características, pela
transparência e pelas indicações bibliográficas extremamente pertinentes à
proposta, promovendo a facilitação da escrita na prova e auxiliando os alunos a
pensarem temáticas inovadoras ao longo processo criativo de elaboração de seus
planos de trabalho. Concluímos assim que a seleção pode ser um processo de
grande riqueza, descoberta e aproximações entre o saber, o fazer e o criar. É
um encontro traduzido pelo devir próprio do ser.
Palavras-chave:
PET, Processo seletivo, Psicologia.
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RUMOS DA
PSICOLOGIA CONTEMPORÂNEA:
RODA DE CONVERSA
ACERCA DO SABER/FAZER PSICOLOGIA
(Encontros Universitários 2011 - UFC Campus Sobral)
O
PET Psicologia – UFC é um programa vinculado institucionalmente à Pró-Reitoria
de Graduação, que atua sobre a graduação, visando integrar ensino, pesquisa e
extensão e problematizar a produção do saber/fazer psicológico, por meio de
ações articulando saberes, práticas e metodologias. Nesse momento, discutir os
rumos da psicologia contemporânea nos permitiu se deparar com a pergunta
metodológica do “como é possível saber/fazer Psicologia na
contemporaneidade?”. Para além dessa
pergunta, podemos dimensionar diversas confluências que se aproximam e se distanciam
daquilo que vivenciamos, teorizamos e discutimos em sala de aula. O intuído do
grupo PET é também propor espaço para se discutir as metodologias da psicologia
e pensar na (re)elaboração de outras possíveis metodologias para elucidar as
possibilidades do campo de atuação do profissional psicólogo, ressaltar a
necessidade de se pensar nas implicações éticas e políticas que este
profissional precisa levar em consideração no momento que passa a exercer a
profissão. Diante de tais nuances o Programa de Educação Tutorial – PET
Psicologia da Universidade Federal do Ceará, Campus Sobral, em referência ao dia do Psicólogo, realizou roda de
conversa acerca do saber/fazer Psicologia, intitulada Rumos da Psicologia
Contemporânea. O evento contou com a participação dos estudantes do curso,
professores, profissionais de instituições parceiras da psicologia e para
compor a mesa foram convidados psicólogos recém-formados da primeira turma do
curso de psicologia da UFC em Sobral, professores desta mesma instituição e
professores convidados do curso de psicologia da faculdade Luciano Feijão. Com
isso, o grupo PET Psicologia inicia suas atividades avizinhando profissionais e
estudantes, para alargar as vivências da formação em psicologia e continuar
configurando novos possíveis desdobramentos com suas atividades para fortalecer
a qualidade da formação dos estudantes de psicologia.
Palavras-chave:
Psicologia Contemporânea, Metodologias, Saber/Fazer Psicologia.
TECENDO
DIÁLOGOS ENTRE O DIFERENTE E A DIFERENÇA
NOS ESTUDOS DO PET- PSICOLOGIA
(ENCEPET 2011 - UFRN)
O Programa de Educação Tutorial do curso
de Psicologia UFC Sobral trabalha, entre suas ações, com a temática da
diferença. Tem-se como indicação teórico-metodológica a transversalidade do
tema, uma vez que o lugar ocupado pela “diferença” nas sociedades
contemporâneas - bem como pelas mais distintas significações que podem ser
articuladas a partir do termo diferença – são de ordem filosófica, antropológica,
sociológica, política e ou/psicológica. A proposta se fortalece ainda se
considerarmos a emergente construção do curso de Psicologia na cidade de Sobral
e também do PET, bem como o fato dos professores terem temática da diferença como
objeto de trabalhos e projetos. Diante disso, propomos a partir de encontros
semanais espaços de produção e interlocução para discussão e avaliação dessa
atividade, utilizando-nos de recursos audiovisuais para filmagem desses
momentos. Entre os temas para debate estão: os processos de inclusão e
exclusão, as formas de reconhecimento atuantes nas políticas de identidade, os
novos movimentos sociais e as ações afirmativas, as formas de produção da
desigualdade e suas possibilidades de inteligibilidade, dentre outros. Além de
constituir e consolidar para o recém grupo PET- Psicologia um programa de
estudos teóricos, entendemos que essa atividade permite pensar a relação da
psicologia com a diferença e como isso reverbera no campo de atuação do
psicólogo. Desse modo, torna-se um
desafio e um compromisso do PET a publicização das produções (relatórios,
debates filmados, textos estudados, artigos elaborados, etc.) daí advindas, por
meio do site do grupo, a fim de envolver a comunidade acadêmica e extra-acadêmica.
Palavras-chaves:
Diferença, Transdisciplinaridade, Psicologia.
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PROBLEMATIZAÇÕES
ACERCA DA FRAGMENTAÇÃO DO SABER/FAZER PSICOLÓGICO
(ENCEPET 2011 - UFRN)
O PET – Psicologia UFC Sobral vem se
constituindo como espaço de discussão e problematização do saber psicológico,
entendido como campo de conhecimento arenoso e fragmentado, pautado na
multiplicidade teórico-metodológica. Em consonância com as análises
epistemológicas de Figueiredo (2007), vemos emergir dessa diversidade três eixos
de sustentação, a saber: o ecletismo, o internalismo e o unificacionismo. Perguntamo-nos:
estes seriam na contemporaneidade os únicos meios de se pensar e fazer
psicologia, funcionando como regimes de verdade? Essa indagação guia
inicialmente este trabalho sobre como tem se dado o saber/fazer Psicologia em
nosso tempo. Objetivamos investigar a emergência e configuração desse saber,
assim como possibilitar uma desterritorialização do campo psi. Entre os primeiros dispositivos metodológicos pensados está a
realização da Roda de Conversa Rumos da
Psicologia Contemporânea, promovendo interlocução entre estudantes e
profissionais psicólogos, cujos efeitos têm sido analisados concomitantemente à
realização semanal de grupo de estudo, tendo como texto disparador o livro
Revisitando a Psicologia de Luis Claudio Figueiredo. Por meio de projetos e espaços
como esses, o PET-Psicologia tem construído formas de análise do saber/fazer
psicológico, aliando às temáticas tidas vulgarmente como práticas
(instrumentais e técnicas ou do exercício profissional) às considerações sobre as
dimensões ético-políticas que envolvem as psicologias.
Palavras-chave: Psicologia
Contemporânea, Metodologias, Saber/Fazer Psicologia.
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PENSANDO
AS CONTRIBUIÇÕES DA AÇÃO VEREDAS NIETZCHEANAS:
Possíveis
diálogos com alunos do curso de Psicologia
(ENAPET 2011 - UFMA)
A
ação de ensino e extensão intitulada “Veredas Nietzscheanas” consiste num grupo
de estudo e leitura mensal sobre o pensamento do filósofo alemão Friedrich
Nietzsche coordenado pelo Prof. Ms. Carlos Roger Sales da Ponte (Psicologia UFC
- Campus Sobral). Amparado pelo eixo
temático semestral que referencia o grupo PET Psicologia, a saber: Psicologia, Diferença e Epistemologia:
Percorrendo os (des)caminhos de uma constituição para-doxal, Nietzsche
constitui uma referência de maior valia para o campo das Filosofias da
Diferença, na medida que potencializa seu pensamento na afirmação do devir e
das multiplicidades avessas aos processos de totalização, generalização,
abstração e sujeição que caracterizam a Imagem do Pensamento com a qual
preponderantemente opera toda a Filosofia Ocidental. Deste modo, o grupo “Veredas Nietzscheanas”
tem a intenção de promover uma maior aproximação com o pensamento deste
filósofo. Ao proporcionar um percurso de estudo e intensa troca de saberes, o
grupo de ensino e extensão – aberto para outros estudantes e profissionais interessados
– colabora com a capacitação dos estudantes do PET. A filosofia de Nietzsche
possibilita pensar formas de vivências humanas e cultiva o espírito crítico aos
modos como os valores corroem o homem em sua inteireza, bem como auxiliar na
compreensão de aspectos das Psicologias Existenciais-Humanistas.
Palavras-Chave: Nietzsche, Psicologias Existenciais-Humanistas, Imagem do
Pensamento.
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CENÁRIOS DA DIFERENÇA: INFÂNCIAS E SEUS MODOS DE SER
(Oficina apresentada no VI Colóquio Internacional de Filosofia da Educação/ 2012. UERJ)
Pensar em cenário implica fazer recortes. Recorte de olhares, espaços, territórios, percepções e, às vezes, até emolduramentos. Ele diz respeito a uma parte, o que nos faz, muitas vezes, pressupor a existência de um todo. É nessa perspectiva que se pretende promover uma oficina intitulada Cenários da diferença: Infâncias e seus modos de ser. Isso porque não se ousa dar conta de uma totalidade dessa categoria infância ou mesmo pensar na existência de uma totalidade da mesma, mas aludir às imagens de infâncias, muitas das quais podemos identificar, naturalizar, bem como outras produzir. E é nessa ultima acepção que acreditamos poder ir além do enquadramento. O entendimento da diferença aparece em nosso foco de análise por essa via, a partir do estranhamento, por permitir a emergência do acontecimento, do inusitado e do disruptivo nessas formas de produção e invenção de outros modos de ser infância. É no encontro com os diferentes modos de ser que está tal potencialidade, pois é deles que se desaloja e desloca o mesmo, podendo emergir a experimentação, o acontecimento, a novidade. São essas novas possibilidades que nos interessam. Desse modo, partindo da desnaturalização de conceitos como “fases da vida”, “estágio”, “etapas de desenvolvimento”, a infância é aqui tomada indo de encontro a um critério desenvolvimentista, de blocos estratificados e bem delineados. Com isso, essa oficina é pensada pelo critério da potencialidade da e na experimentação, pois é nela onde apostamos a viabilidade para o encontro. Nossa atitude de suspeita para com essa produção do infantil é atravessada pelo referencial foucaultiano, com a interlocução de autores como Bernadina Leal e Walter Kohan, que estudam sobre infâncias e seus modos de subjetivação contemporâneos. A partir desses referenciais, o espaço-cenário-recorte pensado para agenciar essa experiência vem a ser instrumentalizado com o uso de fotografias e outros recursos audiovisuais. Referenciamo-nos da potencialidade que Zanella (2010) faz do uso do recurso fotográfico na produção de conhecimento, atentando para implicações mútuas de observador e observado, por sua vez deslizando o sentido de tais categorias. Munimos-nos também da gramática poética de Manoel de Barros para produzir sentidos outros para o infantil e problematizar os lugares comumente destinados a ele. Interroga-nos, portanto, questionar as imagens de infância produzidas na contemporaneidade, objetivando produzir devires, imprimindo também o movimento do indizível a que essa categoria nos remete. Para isso, a fotografia é aqui entendida como ato de pintura do fotógrafo, não dizendo respeito a um real a ser traduzido na representação. Portanto, entendida como ato de pintura, a fotografia também pode ser pensada como movimento. Além dessa ferramenta metodológica, a exibição de trechos do documentário “Só 10% é mentira” é pensada como disparador para a realização dessa oficina. Isso porque, é também se utilizando do uso de novas metodologias que aparece o desejo pelo acontecimento, produzindo e problematizando alternativas ao academicismo, ao hermetismo, e aos subjetivismos, aludindo ao uso de diversas ferramentas para, se não miná-los, transformá-los. Essa decisão metodológica também está implicada em formas de entender a produção de conhecimento presente nos atravessamentos da e na literatura, arte, poesia, música, etc. Assim, ao encontro de imagens e nos inventos de outras, pensamos ser possível produzir sentidos diversos sobre a diferença, no território de distintos modos de cap(in)turas da infância e suas formas de ser, fazendo emergir outras sensações, afetações e movimentos que, enquanto ainda não territorializados, gravitam no espectro do inatual, do intempestivo e do extemporâneo.
Palavras-chaves: Cenário, Infância, Diferença
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